Contam que o jovem rei chamou as mais belas do seu reinos e dos reinos
vizinhos, anunciando que procurava uma rainha para estar com ele, mas
esperava nelas algo especial. Reunindo-as no salão real, deu às beldades
uma simples tarefa: um vaso de barro e algumas sementes de flores
diversas.
-Todas vocês terão seis meses para me devolver um arranjo com as flores
das sementes que estão dentro do vaso que dou a cada uma de vocês. A
dona do vaso que eu escolher, será minha rainha.
As lindas moças se foram, cada um para seus grandes lares, já que a
maioria descendia da nobreza, come exceção de uma, menina de família
pobre, qual a vida parecia sempre ter lhe negado oportunidades e
sucessos, apesar da rara beleza e um bom ânimo inexplicável.
Infelizmente, a pobre mulher nem dessa vez teve êxito: o tempo passou e
as flores não vingaram, ela fez tudo que sabia para que as sementes
brotassem, mas nada aconteceu: era mais um pouco da sua vida árida se
fazendo valer.
O dia de apresentar os vasos chegou, e a moça decidiu que devolveria o
artefato, mesmo sem ter conseguido fazer nada, pois se comprometera
diante do rei a fazer isso, independente de seu êxito ou fracasso, e
assim foi, ajuntar-se com as outras lindas candidatas.
O salão estava cheio de belos e ornamentados vasos, alguns com detalhes
em ouro, outros enxertados com pedras preciosas entre as lindas e
viçosas flores que inundavam o ar do salão com seu agradável perfume.
O rei logo surgiu e passou em vistoria diante dos vasos ornamentados
que, postos em fila eram observados. O homem observava com um estranho
semblante, esboçando irritação, até que chegou diante da envergonhada
moça que tentava esconder dos olhos seu fracasso:
-Meu senhor, perdoa-me, as sementes não vingaram em minhas mãos, e nenhuma flor nasceu.
O rei sorriu e levantando o vaso crú e sem graça, elevou-o diante de todos:
-Eis o meu escolhido! Eis vossa rainha! - bradou diante da multidão de
súditos e a fileira de belas mulheres que se indignavam diante de
escolha tão sem sentido: o que fez daquele simples e ordinário vaso,
cujo adorno não havia, ser o escolhido entre os mais belos?
-As sementes – disse o rei – estavam secas, jamais brotariam. Os belos
vasos aqui ofertados não passam de fruto de trapaça, mentira. Será que
buscaria para minha cama alguém que seja capaz de tudo para conseguir
seus objetivos, inclusive faltar com a verdade para comigo?
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