Psicologia

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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

MILHO PREMIADO

Esta é a história de um fazendeiro bem sucedido.
Ano após ano, ele ganhava o troféu "Milho Gigante" da feira da agricultura do município.
Entrava com seu milho na feira e saía com a faixa azul recobrindo seu peito.
E o seu milho era cada vez melhor.
Numa dessas ocasiões, um repórter de jornal, ao abordá-lo após a já tradicional colocação da faixa, ficou intrigado com a informação dada pelo entrevistado sobre como costumava cultivar seu qualificado e valioso produto.
O repórter descobriu que o fazendeiro compartilhava a semente do seu milho gigante com os vizinhos.
"Como pode o Senhor dispor-se a compartilhar sua melhor semente com seus vizinhos quando eles estão competindo com o seu em cada ano?" - indagou o repórter.
O fazendeiro pensou por um instante, e respondeu:
"Você não sabe? O vento apanha o pólen do milho maduro e o leva através do vento de campo para campo. Se meus vizinhos cultivam milho inferior, a polinização degradará continuamente a qualidade do meu milho.Se eu quiser cultivar milho bom, eu tenho que ajudar meu vizinhos a cultivar milho bom".
Ele era atento às conectividades da vida.
O milho dele não poderia melhorar se o milho do vizinho também não tivesse a qualidade melhorada.
Assim é também em outras dimensões da nossa vida.
Aqueles que escolhem estar em paz devem fazer com que seus vizinhos estejam em paz.
Aqueles que querem viver bem têm que ajudar os outros para que vivam bem.
E aqueles que querem ser felizes têm que ajudar os outros a encontrar a felicidade, pois o bem-estar de cada um está ligado ao bem-estar de todos.
Que todos vocês consigam ajudar seus vizinhos a cultivar milho cada vez melhor.
Autor desconhecido

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Morre lentamente

Morre lentamente
Quem não viaja, quem não houve música,
Quem não acha graça em si mesmo.

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio, 
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito,
Repetindo todos os dias os mesmos trajetos.

Morre lentamente
Quem não muda de marca, não se arrisca a vestir
Uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
Justamente as que regam o brilho dos olhos e os
Corações aos tropeços.

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz com
O seu trabalho ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
Fugir dos conselhos sensatos.

Viva hoje!
Faça hoje!
Não se deixe morrer lentamente!
Seja feliz.


Pablo Neruda. 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016


Antes do dia partir... - Martha Medeiros



 O que valeu a pena hoje?

 Sempre tem alguma coisa. Um telefonema. Um filme...

 Paulo Mendes Campos, em uma de suas crônicas reunidas no livro "O Amor
 Acaba", diz que devemos nos empenhar em não deixar o dia partir inutilmente.


 Eu tenho, há anos, isso como lema.

 É pieguice, mas antes de dormir, quando o dia que passou está dando o prefixo e saindo do ar, eu penso: o que valeu a pena hoje? Sempre tem alguma coisa.

 Uma proposta de trabalho. Um telefonema. Um filme. Um corte de cabelo que deu certo.


 Até uma briga pode ter sido útil, caso tenha iluminado o que andava escuro dentro da gente.

 Já para algumas pessoas, ganhar o dia é ganhar mesmo:

 ganhar um aumento, ganhar na loteria, ganhar um pedido de casamento, ganhar
 uma licitação, ganhar uma partida.

 Mas para quem valoriza apenas as megavitórias, sobram centenas de outros dias em que, aparentemente, nada acontece, e geralmente são essas pessoas que vivem dizendo que a vida não é boa, e seguem cultivando sua angústia existencial com carinho e uísque, mesmo já tendo seu superapartamento, sua
 bela esposa, seu carro do ano e um salário aditivado.

 Nas últimas semanas, meus dias foram salvos por detalhes.

 Uma segunda-feira valeu por um programa de rádio que fez um tributo aos
 Beatles e que me arrepiou, me transportou para uma época legal da vida, me
 fez querer dividir aquele momento com pessoas que são importantes pra mim.

 Na terça, meu dia não foi em vão porque uma pessoa que
 amo muito recebeu um diagnóstico positivo de uma doença que poderia ser mais séria.

 Na quarta, o dia foi ganho porque o aluno de uma escola me pediu para tirar uma foto com ele.

 Na quinta, uma amiga que eu não via há meses ligou me convidando para almoçar.

 Na sexta, o dia não partiu inutilmente, só por causa de um cachorro-quente.

 E assim correm os dias, presenteando a gente com uma música, um crepúsculo,
 um instante especial que acaba compensando 24 horas banais.

 Claro que tem dias que não servem pra nada, dias em que ninguém nos surpreende, o trabalho não rende e as horas se arrastam melancólicas, sem falar naqueles dias em que tudo dá errado:

 batemos o carro, perdemos um cliente e o encontro da noite é desmarcado.

 Pois estou pra dizer que até a tristeza pode tornar um dia especial, só que não ficaremos sabendo disso na hora, e sim lá adiante, naquele lugar chamado futuro, onde tudo se justifica.


 É muita condescendência com o cotidiano, eu sei, mas não deixar o dia de hoje partir inutilmente é o único meio de a gente aguardar com entusiasmo o dia de amanhã...