Jung chamou o self de arquétipo central, arquétipo da
ordem e totalidade da personalidade. "Consciente e inconsciente não
estão necessariamente em oposição um ao outro, mas complementam-se
mutuamente para formar uma totalidade: o self." (Jung, 1928, p.53).
Jung descobriu o arquétipo do self apenas depois de estarem concluídas
suas investigações sobre as outras estruturas da psique. O self é com
freqüência figurado em sonhos ou imagens de forma impessoal - como um
círculo, mandala, cristal ou pedra - ou pessoal - como um casal real,
uma criança divina, ou na forma de outro símbolo de divindade. Todos
estes são símbolos da totalidade, unificação, reconciliação de
polaridades, ou equilíbrio dinâmico - os objetos do processo de
individuação.
O self é um fator interno de orientação, muito diferente e até mesmo
estranho ao ego e à consciência. "O self não é apenas o centro, mas
também toda a circunferência que abarca tanto o consciente quanto o
inconsciente; é o centro desta totalidade, assim como o ego é o centro
da consciência" (Jung, 1936, p.41). Ele pode, de início, aparecer em
sonhos como uma imagem significante, um ponto ou uma sujeira de mosca,
pelo fato do self ser bem pouco familiar e pouco desenvolvido na maioria
das pessoas. O desenvolvimento do self não significa que o ego seja
dissolvido. Este último continua sendo o centro da consciência, mas
agora ele é vinculado ao self como consequência de um longo e árduo
processo de compreensão e aceitação de nossos processos inconscientes. O
ego já não parece mais o centro da personalidade, mas uma das inúmeras
estruturas dentro da psique.
Referência: Teorias da Personalidade, 1939. James Fadiman, Robert Frager.
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